Empreendedor desenvolve scooter elétrica e abre franquias de showroom para venda

A Voltz tem previsão de vender 12 mil unidades em 2020 e conta com a expansão de franquias para isso. Em menos de dois meses, loja piloto vendeu 210 unidades


Quando Renato Villar, 32, perdeu o emprego, há seis anos, viu-se diante de um desafio: empreender ou procurar outro trabalho? Ele vinha de uma carreira de quatro anos na Ambev, em Pernambuco, mas precisou sair, pois não teria como ser transferido para São Paulo – era uma exigência da companhia e ele estava prestes a se tornar pai.

Villar resolveu abrir uma distribuidora de peças para motocicletas, a P2M. Conforme foi conhecendo o mercado, percebeu uma demanda maior por scooters e motonetas. "Vimos que estava crescendo muito e resolvemos estudar mais a fundo. Aí eu entendi como as pessoas andam de scooter, como estava a relação delas e que já havia um grande interesse no mundo elétrico. Já havia um anseio por mobilidade elétrica."

Com isso, em 2017, com a P2M já consolidada, ele resolveu investir R$ 5 milhões no desenvolvimento de uma motocicleta elétrica, a Voltz EV1, por meio de outra empresa: a startup Voltz Motors. 


Como funciona
De acordo com o empreendedor, o que chama atenção nas motos elétricas, além da sustentabilidade, é a economia. A EV1 tem uma bateria portátil que pode ser recarregada em qualquer tomada e tem autonomia para rodar até 60 quilômetros por carga. O modelo foi desenvolvido como uma opção de modal sustentável para municípios com problemas de mobilidade. Villar ainda garante que o abastecimento da moto custa, aproximadamente, R$ 0,02 por quilômetro rodado -- considerando o custo médio do kWh no país. Em Recife, por exemplo, cada carga leva em torno de 4 horas e sai por R$ 0,70.


A scooter ainda apresenta uma complexidade mecânica mais simples do que os modelos com motor a combustão. Uma moto comum tem mais de 600 peças, enquanto a EV1 tem apenas 108. A característica, segundo o fundador, facilita o trabalho da assistência técnica.


Franquias de showroom
O produto foi bem aceito e Villar procurou por formas de criar um atendimento físico, para dar a chance de o consumidor conhecer o veículo antes de comprar – até então, tudo era feito pela internet.

Em novembro do ano passado, o empreendedor inaugurou a primeira loja física em Recife e já contabiliza mais de 210 unidades vendidas.  "Nós estimamos vender 12 mil motos neste ano e atingir um faturamento de R$ 118 milhões", adianta.

Para atingir essa meta, ele desenvolveu um modelo de franquias do showroom, baseado no espaço criado em Recife. Lá o consumidor pode conhecer e experimentar a moto física e finalizar a compra pela internet. Cada veículo custa a partir de R$ 9 mil e a estimativa é ter 48 unidades do showroom.


Serão dois modelos de loja: o maior será destinado a cidades com mais de 400 mil habitantes e contará com oficina e loja de acessórios, além do showroom. O investimento inicial previsto é de R$ 90 mil. Já para cidades com menos de 150 mil habitantes, será um showroom com loja de acessórios, mas sem oficina, com investimento inicial de R$ 48 mil.

Para atender o público sem oficina, a Voltz credenciou e treinou via EAD mais de 3,8 mil pontos de assistência técnica, do Pará a Minas Gerais, que pertencem à distribuidora P2M.

A empresa disponibiliza um aplicativo para que o cliente, chamado de Volter, localize e assistência credenciada mais próxima e consiga participar de um programa de pontuação que dá descontos na compra de novas motos.

Atualmente, além da loja própria em Recife, existe outra em João Pessoa (PB). A partir deste mês, a marca começa a apresentar a novidade em outros sete municípios do país: Vitória, Natal, Maceió, Arapiraca, Caruaru, Petrolina e Carpina.


Fonte: Revista PEGN



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